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quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Integral em desabafo

Há já algum tempo que venho tentando uma maior aproximação à natureza e ao "ser natural". 

A palavra integral, nos últimos anos, vem ganhando um maior espaço na minha vida. Começou cedo, com as dietas. 

Sou obesa desde pequena, e comecei aos 9 a combater esse facto e a alterar a minha alimentação nas chamadas "dietas", para só muitos anos mais tarde perceber, pelos meus próprios meios, que é preciso bem mais do que uma chamada "dieta" para perder peso (e depois o ganhar ao acabar a "dieta"). A mudança tem de vir de dentro (tanta vez que o li, e não o compreendi verdadeiramente), e não é só necessária a força de vontade. Nem a auto-estima.
Mas isto são conversas de outros rosários.

Dizia eu que o integral ganhou novo espaço quando começaram nutricionistas, endocrinologistas, revistas, blogues e sei lá que mais a dizer para comer massa "integral", arroz "integral" e tal e coisa. e eu lá fui incluindo aos poucos na alimentação ou, pelo menos, na dispensa. 

Mal sabia eu que o integral me ia integrar nele. Aos poucos fui percebendo que não era só comer coisas menos brancas, mais castanhas (mais terra) e menos processadas. Era eu que, por dentro, tinha que me tornar menos processada, mais pura, obedecer a mim própria, respeitar-me e integrar-me. 
Aos poucos, vou conseguindo integrar-me. Aceitar-me. E, bolas, tenho uma certa beleza pouco processada! e é só minha. e essa sim, é a beleza da coisa.
Ao vê-la começo a perceber melhor a macrobiótica, a simplicidade e beleza da vida, a meditação nos actos mais básicos do dia-a-dia, a integralidade perfeita no sorriso da minha filha, o bem-estar que consigo ao estar "apenas" na presença dos meus pais. O Integral do Yoga, do yoga integral que abracei com amor e que gosto, e necessito, mais a cada dia.

Compreendo agora que a minha "batalha" actual é livrar-me do processado, é voltar com o meu bago de arroz para trás neste processo que me "branqueou", que me livrou de fibras e nutrientes, que tanto preciso.  Pode ser a batalha da sociedade actual, não sei. É, vejo agora, a minha.

Imagem retirada daqui