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segunda-feira, novembro 12, 2012

Coisinhas

Esta coisa da gravidez acaba por me levar para um universo paralelo que me deixa muito pouco tempo para este outro mundo, no qual se inclui este blog. Tempo e paciência, diga-se.
Deixei-o ao abandono, assim como muita coisa deste lado "virtual".

Para fugir um pouco a esta tendência, venho aqui deixar umas fotos há muito prometidas que dão conta da minha primeira incursão na máquina de costura da mãe mais gira do universo, que por acaso é a minha.
Ainda era Verão e eu ataquei o livro de instruções e toca a costurar! Pequei em restos de tecidos, em alfazema e fui roubar um sabonete novo ainda na caixa à D. Betinha (sim, essa tal de mãe mais gira do universo). Raspei o sabonete, juntei a alfazema e umas bolinhas de enchimento e desatei a cortar restos de tecidos (uns grossos, outros finos, outros elásticos), saindo daí estes saquinhos cheira-bem para as gavetas da cómoda nova da Panchita.



Agora lá terão de se fazer mais, porque roupa há muita e quer-se bem cheirosa! :)

Para ajudar a essa tarefa, essa tal mãe mais gira e espectacular do universo ofereceu à sua filha mais nova a filha mais nova da singer florida da primeira imagem, ela própria munida de um jeitoso livro de instruções que já sofreu o primeiro ataque! 

A primeira experiência na filha da singer florida foi colocar este estreito viés na primeira fralda que bordei para a Panchita. Ficou meio ziguezagueado, mas o sacana era dançarino!



...E nos entretantos voltei às agulhas manuais e terminei mais dois pares de sapatinhos em feltro para os pés das duas bebés mai lindas do ano:  a minha sobrinhinha Joana e a Mariana!






terça-feira, agosto 21, 2012

Liberdade, esse conceito cada vez mais indiferente

Sim, a liberdade é mesmo muito pequenina, mas é o que nos torna grandes.


A INDIFERENÇA
Bertolt Brecht


Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei
Porque não era nada comigo.
Em seguida levaram alguns operários,
Mas a mim não me afectou
Porque eu não sou operário.
Depois prenderam os sindicalistas,
Mas eu não me incomodei
Porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir chegou a vez
De alguns padres, mas como
Nunca fui religioso, também não liguei.
Agora levaram-me a mim
E quando percebi,
Já era tarde.
____________________________
Bertolt Brecht
[1898-1956]
Muito gostamos nós de assobiar para o lado...

quarta-feira, agosto 15, 2012

das férias!

Já lá vão há quase um mês! 
Mas Gerês é sempre Gerês! :)
A caminho dos poços do rio!

O quintal da nossa mansão! 

Pacheco a banhos na barragem. Chegou, mergulhou e não quis mais!


 Poços do rio!

Praia só para nós...

Calooooor! Dedidiu fazer um buraco e deitar-se na areia molhada (mas sempre de olho nos mergulhos dos donos)

Mesmo depois de tapado não quis sair!


Tenda improvisada, já merecia!

Sai daí dono!

Mata da Albergaria


sexta-feira, agosto 10, 2012

Panchita on board!

(na foto: Panchita com 18 semanas!)
E finalmente o meu relógio biológico começou a acelerar o passo e abriu caminho para a princesa que aqui está instalada :)

Vem aí uma menina, prevista para Dezembro! :D

Como ainda não conseguimos decidir qual o nome, trato-a por Panchita :)




terça-feira, agosto 07, 2012

Lola Alice de Badosha

Adeus minha grande amiga, minha bébé, minha niniua, minha cão-becas-mani.

Ainda não dá para falar muito sobre isto. Desculpa não ter conseguido despedir-me a sério de ti, eu queria muito.


quarta-feira, junho 06, 2012

coisas

Estou viva!

Embora sem inspiração para escrever ou fotografar. 
Infelizmente não tive tempo nem inspiração para continuar o photoaday April, ou começar qualquer outro. Fica para outra altura.
Quero só partilhar a veia artística da senhora minha mãe, a Sô Dona Betinha, que tem feito coisas lindas :)  Esta foi prenda de Natal e é das minhas preferidas! A seu tempo vou fazer-lhe um blogue e conta flickr com tudo, tudinho!


quarta-feira, abril 11, 2012

Dia 10 - "Cold"

Bolas, e está mesmo frio!

Fotos do desafio disponíveis aqui.

segunda-feira, abril 09, 2012

Dias 7, 8 e 9 - "Shadow", "Inside your wallet" e "Younger you"

Shadow 

Inside your wallet


Younger you

Fotos dos desafios disponíveis aqui.

domingo, abril 08, 2012

Dias 5 e 6 - "Tiny" e "Lunch"

"Tiny"  (é bem mais pequena do que aparenta na foto! Flor de Fisalis)


"Lunch"

Fotos dos desafios disponíveis aqui.



Dias 3 e 4 - "Mail" e "Someone who makes you happy"



Fotos dos desafios disponíveis aqui.

sexta-feira, abril 06, 2012

Day 2 - "Colour"

Porque quando é dia de um lado, é noite do outro, e nem todos podem ver as "true colours"


Também aqui.

A Photo a Day April Challenge

Vou atrasada, mas hoje apeteceu-me mesmo entrar neste desafio!


Day One - Your Reflection


Fotos dos desafios disponíveis aqui.


Comecei por ver o desafio no blog da Alexa, que eu adoro, e fiquei logo com vontade... Entretanto comecei a vê-lo noutros recantos por toda a internet... 


Decidi que as fotos vão nuas e cruas, conforme tiro, coloco! Sem qualquer tipo de tratamento de imagem.


Aqui segue a lista:

quinta-feira, março 15, 2012

Do que vou fazendo...

No Natal fiz uns sapatinhos para oferecer à minha sobrinha que aí vem :)  Na altura não sabia se era menino ou menina, mas agora já posso dizer orgulhosamente sobrinhA :D  porque, como diz a minha avó: "nesta família só se faz loiça rachada". E ainda bem!
Entretanto o meu partner ofereceu-me uma sizzix pelo Natal! *bum*! depois de cair para o lado lá me orientei e fui em busca de cortadores! e comprei este da flor que achei bem fofo! Faz coisas deste género:


Toda contente com as florzinhas, resolvi fazer uns sapatinhos para a filhota (na altura ainda embrionária) de uma amiga de longa data... Só que esses mesmos sapatinhos foram pedidos pela mana para oferecer a uma outra menina embrionária, filha de uma amiga. E assim ficaram, para os pezinhos da Mariana que aí vem:

 Não contente, ao ver os da Mariana, uma colega pede uns para a Yulia, que já chegou mas ainda está a tentar encher os pézinhos para, por sua vez, encherem os sapatinhos....

 Pedidos na mesma altura, mas saídos do forno umas semanas mais tarde, foram estes sapatinhos para a Luana:

Estava sem grande imaginação/material para os embrulhos, mas os sapatos são tão fofos que achei que devia arranjar um embrulho, para não irem assim na mão ou num saquinho da loja do chinês...

Então, após umas investidas a alguns pap's por essa internet fora, reaproveitei e reformulei um saco (infelizmente as fotos não captaram bem as cores)


Os seguintes já os fiz do início... (fotos bodegosas, outra vez!!)



E pronto, foram as últimas investidas craftianas! Mas ainda aí vêm mais sapatinhos, porque afinal não cheguei a oferecer à bebé da minha amiga!

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

A minha Jula, o meu Xico e o alzheimer

A minha avóJúlia faleceu em Agosto do ano passado, mesmo no dia a seguir aos anos da minha mãe. A vóJula estava já muito atacada pelo Alzheimer, e já há uns anos que não era a “minha avó”, era assim como que uma sombra dela, “apenas” uma velhinha simpática perdida no seu mundo, com a voz semelhante à da minha avó mas sem a sua força e a sua alegria, mais pequena, mais magra, muito menos robusta e sempre disponível.

Eu cá continuo a sonhar muito com a voz da minha avó. Da minha avó, essa voz que foi desaparecendo nos últimos dez anos. Assim como a minha avó. Mas isso sempre sonhei: quando eram sonhos bons eram regados com as gargalhadas dela, com as suas conversas e piadas ou simplesmente com o tic-tac do relógio de casa dela. Aquele relógio grande, no cimo das escadas, cujo som embalava à noite e ajudava a dar um ritmo muito próprio aos primeiros instantes do acordar. Era o ritmo de casa da avó, a casa onde eu sempre gostei de estar, onde eu sempre queria estar, o ritmo que era ajudado pelas mãos do avô que lhe dava sempre corda. O tic-tac que parou quando o avô morreu e todos fomos apanhados na dor dessa perda tão repentina, tão inesperada. O tic-tac parou e a casa da avó deixou de ser a mesma casa, com a falta do nosso Xico e desse tic-tac que para mim era como que o coração dos meus avós. Pedi à avó para não deixar morrer esse tic, esse tac. E ela lá foi dando corda ao tic-tac do avô, enquanto me segredava - quando os “adultos” saíam da sala - que ainda não se tinha bem habituado à ideia da morte do avô, e que ainda falava com ele, quando ninguém via. E perguntava-me se eu a achava maluca por isso. Mal sabia ela que eu falava com eles os dois também em silêncio. E pedia (peço) tantas desculpas ao meu avô por ter tido aquele pensamento tão mau quando soube da sua morte. Porque quando o meu avô VôXico morreu, tinha eu uns 15 anos, eu só conseguia pensar “ainda bem que não foi a minha Jula”. Porque eu não sabia bem como ia eu reagir ao desaparecimento da minha Jula. Sem saber nessa altura que ela ia, em poucos anos, começar a começar a desaparecer. Aos poucos, muito devagarinho.
Mas voltando aos sonhos. Os bons já referi, mas muitos deles eram maus. Eram, exactamente, sobre a avó doente, sobre a morte da minha Jula. O meu grande medo. Porque a avó Jula era um “eu” em grande, e talvez achando que a perdia, eu lá muito no fundo achava que uma parte de mim também se perdia. E perdeu. Foi perdendo. Porque sempre me achei muito parecida com a minha avó. E, pese embora a minha muito baixa auto-estima, isso era uma coisa boa. Porque a minha avó era a pessoa mais boa-onda e boazinha que eu conhecia. Ou era como eu a via e vejo, e quero que assim continue. O mais assustador desses sonhos era quando eles, de algum modo, se tornavam verdade. Como um há uns anos atrás onde a minha avó ficava muito doente, ia para o hospital e eu tentava ir vê-la e nunca conseguia, e quando finalmente o fiz, ela tinha acabado de falecer. E eu com tanto para lhe dizer. Nesse dia, depois de acordar angustiada, a minha mãe envia-me uma mensagem a dizer que a avó tinha ido para o hospital. Mas ficou bem. Já eu, nunca mais me esqueci do sonho.
Anos depois outro sonho do mesmo género. Ao fim do dia, telefonema da mãe: “A avó foi para o hospital”. Ficou muitos dias no hospital nessa vez, e eu aí consegui fazer o que no sonho não consegui: disse-lhe como eu gostava dela e como ela tinha um peso tão grande na formação da pessoa que sou hoje, que quando pensava em bem-estar e paz pensava nela e no avô e no tic-tac deles. E agradeci-lhe. Baixinho, a fazer-lhe muitas festinhas na cara, enquanto ela batalhava para respirar, com a cabeça noutro mundo que não é este nosso.
No dia em que ela faleceu, eu, claro, tinha sonhado com ela e nesse sonho penalizava-me por não a ir visitar há já muito tempo, mas aguentei-me sem pensar muito no assunto, aliviada por saber que não tinha sido uma morte sofrida. Porque ela não merecia. No velório e funeral coloquei o meu melhor humor, e ia às escondidas à casa de banho chorar um bocadinho para aliviar. Como ainda faço.
Há cerca de mês e meio obriguei-me a passar em frente à casa dela. A casa onde sempre me imaginei a morar. Porque aquele era o meu paraíso, o meu escape, o meu canto. Fim-de-semana perfeito era ou a passear, ou em casa da AvóJula. Na adolescência, sempre que sentia que o mundo (leia-se pais ou irmã!) era tão injusto, pensava sempre que perfeição seria morar com os avós! Quando o nosso Xico morreu pensei seriamente em ficar a morar lá para fazer companhia à minha Jula, sentia-a tão perdida. Fiquei uns tempos e obriguei-a a trabalhar muito: mudar móveis, tirar alcatifa, arrumar roupeiros…até ela me pedir para ter calma! Mas a mim custava que a casa estivesse então tão diferente, não queria perder aquela minha paz, que se foi muito com a morte do nosso Xico. Agora, quando lá passei observei a casa diferente, o quintal diferente e outras vidas lá dentro, outro interior que nem consigo imaginar. E chorei, chorei uns 20 minutos parada frente ao quintal, até o cão que agora o habita começar a rosnar. E virei costas.
Já há muito tempo que queria escrever sobre a minha avó e avô, mesmo antes de Agosto, mas não conseguia. Porque sei que tenho tanto para dizer. Hoje, não sei bem como, lá vão saindo palavras (muitas até), mas parece que o que sinto mesmo não me sai dos dedos. Fica só a tentativa, até porque sabe bem tentar pôr por palavras algo que é um misto de dor e de felicidade. Dor porque nada dura para sempre. Felicidade porque tive duas pessoas lindas na minha vida, e delas herdei tanto.
Se alguém teve paciência e tempo para ler tanta e longa lamechice a pairar na blogosfera, as minhas desculpas. Mas precisava deste exercício.